"És como aquele sopro perfeito na ferida que dói, e que a faz esquecer…"
De um pai para a filha sobre a questão o que é a liberdade?
"A liberdade não é a isenção de fronteiras, barreiras e limites. A liberdade é o reconhecimento de que estas barreiras existem, sendo a ética a fórmula de viver dentro desses limites.
Tu és a dona da tua vida, negar este facto é o mesmo que dizer que alguém é mais dono da tua vida que tu própria, e isso seria uma afirmação muito tonta por certo. Nenhuma pessoa, ou grupo de pessoas, é dona da tua vida. Nem eu, nem a tua mãe, nem nenhum ser deste universo detém propriedade sobre aquilo que tu és. Mas recordo-te que tu também não és dona da vida de nenhuma outra pessoa ou ser. A tua vida é algo que te pertence a ti, a mais ninguém e, nunca, em momento algum, isto poderá ser contrariado.
Tu sabes o que é essa vida? Sabes como considerá-la? Como compreender e enquadrar os seu significado? Vamos lá os dois passear um pouco sobre este pensamento.
Tu existes no tempo, princesa. Existir no tempo significa que tens um passado, habitas um presente e esperas um futuro. Ao afirmar isto, e analisando este facto, determinamos que o futuro é a tua vida, o presente é a tua liberdade e o teu passado é um produto da tua liberdade e vida. Compliquei? Talvez, mas entende assim que é mais fácil:
1. Se perderes a tua vida, perdes o teu futuro.
2. Se perderes a tua liberdade, perdes o teu presente.
3. Se perderes o teu passado, vão-se as memórias do produto da tua vida e da tua liberdade, as tuas conquistas.
Acho que assim compreendeste o que quis transmitir. A isto eu chamo um facto cru, ou seja, sem contestação possível. E este facto sozinho poderia te levar por um bilião de caminhos no pensamento. Mas hoje vamos restringir-nos à liberdade. Vamos explorar um pouco o ponto 3 – o passado, que como vimos é o produto da tua liberdade e vida.
O produto da tua liberdade e vida é a tua “propriedade”. A tua propriedade é o fruto do teu trabalho, do teu tempo, da tua energia despendida e dos teus talentos pessoais. No fundo, a propriedade é a parte da natureza que tu transformas para o teu uso valoroso.
A propriedade pode também ser trocada voluntariamente e com consentimento mútuo das pessoas. Duas pessoas que trocam voluntariamente propriedades, estão a beneficiar-se mutuamente, caso contrario não o fariam. E apenas elas podem tomar essa decisão por si próprias.
Algumas pessoas utilizam a força ou a fraude para tomar a propriedade dos outros sem consentimento voluntário. Vamos analisar este facto:
A utilização da força ou fraude para:
1. Tomar a Vida – chama-se assassínio.
2. Tomar a Liberdade – chama-se escravidão.
3. Tomar a Propriedade – chama-se roubo.
A maioria das pessoas discorda comigo neste aspecto, mas eu acho que é a mesma coisa se essa força ou fraude for exercida por uma só pessoa, ou por uma maioria de pessoas, ou mesmo por autoridades. Cada pessoa tem o direito de defender a sua vida, a sua liberdade e a sua propriedade justamente adquirida da agressão forçosa dos outros. Podes pedir a outros para te ajudarem nessa defesa, mas ninguém tem o direito de iniciar força contra a vida, a liberdade ou a propriedade dos outros. Nem mesmo tens o direito de designar uma pessoa para iniciar essa força no teu lugar. Há quem diga que o ataque é a melhor defesa, mas lembra-te que nunca devemos, em qualquer instância, atacar a vida, a liberdade ou a propriedade de outras pessoas. A tua nobreza é também a tua capacidade de manter este princípio independentemente de tudo, mesmo quando enfrentas uma determinada injustiça.
Tu tens o direito de procurar lideres para ti, assim como os outros têm o direito de te escolher como líder, se assim o entenderem. Mas não tens o direito de impor lideres aos outros, ou de te impor como líder. Não importa nunca a forma como as autoridades são seleccionadas, elas são sempre e apenas seres humanos com direitos iguais aos outros seres humanos, iguais a ti. Em nada importam os rótulos designativos dessas autoridades, ou mesmo o número de pessoas que as encorajam. Nenhuma autoridade tem o direito de tomar a vida dos seus semelhantes de tomar a sua liberdade ou tomar as suas conquistas, ou seja, assassinar, de escravizar ou de roubar.
Também não podes dar aos outros direitos que não tens.
E já que tu és dona da tua vida então és responsável por ela. Não podes demandar aos outros obediência, nem ser escrava de quem te exige sacrifício. És tu que escolhes os teus objectivos baseando-te nos teus valores. Deves lembrar-te sempre princesa, que o sucesso e a falha são incentivos para aprender a crescer. Encara-os com sorriso, um não é mais importante que o outro. As coisas boas não são mais importantes que as más... são coisas e existem para aprender-mos.
A tua acção em nome dos outros ou a acção dos outros no teu nome, apenas é virtuosa quando é derivada de um consentimento mutuo voluntário, porque a virtude só existe quando existe a “livre escolha”.
No fundo, essa livre escolha é a tua liberdade. A liberdade de escolheres e planeares o que desejas para ti com lealdade. A lealdade é um resultado de uma avaliação inteligente dos teus objectivos, não uma orientação cega como as pessoas por vezes descrevem.
Olha princesa, apenas quando aprenderes a ser leal vais poder amar verdadeiramente. E quando aprenderes a amar verdadeiramente vais aprender a cooperar. Quando essa cooperação for verdadeiramente manifesta em ti, em todos os quadrantes da tua existência e dos teus relacionamentos, então serás verdadeiramente LIVRE de todos os teus estigmas e das algemas que te privam de ser feliz. Isso é liberdade!
E se tiveres um coração nobre, vais aprender a disfrutar dos privilégios que conquistas sem utilizar o abuso, ter toda a liberdade sem necessitar licença, vais possuir muito poder e firmemente recusar utilizá-lo para o teu auto-engrandecimento. Estas são as marcas da força do teu carácter, um carácter nobre do qual te poderás orgulhar... e transmitir, para que o futuro, a vida, possa ser sempre e cada vez melhor.
Eu te amo."
Joka
A questão de quem eu era consumia-me.
Convenci-me de que não chegaria a encontrar a imagem
da pessoa que eu
era: Os segundos passaram. O que em mim subiu à superfície
mergulhou e voltou a desaparecer. E no entanto senti que
o momento da minha primeira investidura
foi o momento em que comecei a representar-me -
o momento em que comecei a viver - gradualmente - segunda a
segundo - ininterruptamente - Oh, mente, que estás tu a fazer! -
queres ficar oculta ou queres ser vista? -
E o vestido - como te assenta bem! - iluminado
pelos olhos dos
outros,
a chorar -
Jorie Graham,
excerto de «Notas sobre a realidade do Self», em Materialism
Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço,
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não?
O teu momento...
Com estigmas da infância no interior das mãos,
teço, na voz, uma fuga permanente.
Estender-te os meus braços
para que me enlaces, num longo e doce afago
olhar nos teus olhos para que vislumbre
aquilo que sei e o que desconheço ainda....
Estender-te o meu corpo
sobre areias finas, para me tomares
e então fazeres tua
sob um pôr de sol, ou à luz da lua
Possa eu perder-me
para assim de novo me encontrar
em ti...
Abrir-te a minha alma
para que a toques com dedos de renda,
olhos de luar
e possas , por fim ,saber, das noites em que eras sonho,
dos dias suspensos na espera
sem tempo para esperar...
E nesse momento sagrado
evoco a alma e os sentidos
olhar, sentir, e provar o sabor da eternidade
na minúscula fracção de segundos
Perder-me para me encontrar
no turbilhão do que eu sinta
buscando depois do êxtase essa outra razão
mais funda
que me leva a atravessar a alma de um outro ser
para de novo me olhar
para de novo me Ter.
Angela Santos
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