Abraça-me. Quero ouvir o vento que vem da tua pele, e ver o sol nascer do intenso calor dos nossos corpos. Quando me perfumo assim, em ti, nada existe a não ser este relâmpago feliz, esta maçã azul que foi colhida na palidez de todos os caminhos, e que ambos mordemos para provar o sabor que tem a carne incandescente das estrelas. Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti eu possa buscar o sentido dos sentidos, o sentido da vida. Procura-me com os teus antigos braços de criança, para desamarrar em mim a eternidade, essa soma formidável de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram. Abraça-me. Quero morrer de ti em mim, espantado de amor. Dá-me a beber, antes, a água dos teus beijos, para que possa levá-la comigo e oferecê-la aos astros pequeninos.
Só essa água fará reconhecer o mais profundo, o mais intenso amor do universo, e eu quero que delem fiquem a saber até as estrelas mais antigas e brilhantes.
Abraça-me. Uma vez só. Uma vez mais.
Uma vez que nem sei se tu existes.
Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'
É aquilo que mais gosto de oferecer!
Abracinhos a vocês (sabem quem são)
Levantas o teu corpo cansado do chão Afasta esse peso que te esmaga o coração Abres uma janela e pergunta-te quem és Respiras mais fundo e enfrentas o mundo de pé Eu venho de tão longe e procuro há mil anos por ti Estendo a minha mão até te sentir Não sabemos nada do que somos nós Mas sabemos tanto do que muda por não estarmos sós Abraça-me bem Levantas os teus olhos para me olhar assim Procuras cá dentro onde me escondi E eu tenho medo, confesso, de dar O mundo onde guardo tudo o que mais quis salvar Tu dizes que não há outra forma de ficarmos perto Não há como saber se o caminho é o certo Só pode voar quem arriscar cair Só se pode dar quem arriscar sentir Abraça-me bem Mafalda Veiga
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