Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2013
"Viver é uma peripécia. Um dever, um afazer, um prazer, um susto, uma cambalhota. "
Terça-feira, 1 de Junho de 2010
Vivemos várias vidas numa única, e bastante menos que uma em todas.
Alice Cary, 1820-1871, poetisa americana, Life's Mysteries.
A experiência é o nome que todos damos às nossas asneiras.
Óscar Wilde, 1854-1900, escritor irlandês, Lady Windermere’s Fan
Todas as coisas de que realmente gosto são ilegais, imorais ou engordam.
Alexander Woolcott, 1887-1943, ensaísta e jornalista americano, citado em The Algonquin Wits, de R. E. Drennan
A vida é uma doença transmitida sexualmente.
Autor desconhecido
Metade da vida já passou antes de sabermos o que ela é.
George Herbert, 1593-1633, poeta escocês, Jacula Prudentum
Sexta-feira, 28 de Maio de 2010
É bom estar sentado no quarto contigo a sonhar
E a ouvir a música a tocar
A vida é um cabaré, velho companheiro.
Bem-vindo ao cabaré.
Pára com a malha, o livro, e as lérias
É tempo para umas boas férias
A vida é um cabaré, velho companheiro.
Bem-vindo ao cabaré.
Vem saborear o vinho, ouvir a banda a tocar
Vem com o teu instrumento, começa a celebrar
Por aqui exactamente... este é o teu lugar
Não dês ouvidos a certos profetas da condenação
Que votam o riso à escuridão
A vida é um cabaré, velho companheiro.
Bem-vindo ao cabaré.
Costumava ter uma amiga chamada Elsie
Com quem partilhei um sórdido quarto em Chelsea
Não era propriamente flor de cheiro
De facto ela cobrava a dinheiro
No dia em que morreu, os vizinhos abafaram o riso
O que sempre acontece quando se bebe e se tem pouco juízo
Mas quando eu a vi deitada como uma rainha
Vi o cadáver mais feliz que a vida tinha
E penso em Elsie desde esse mesmo dia
Recordo como ela me disse enquanto comia
É bom estar sentado sozinha no quarto contigo a sonhar
E a ouvir a música a tocar
A vida é um cabaré, velho companheiro
Bem-vindo ao cabaré.
E no que a mim me toca
Uma decisão tomei, nesse dia, em Chelsea
Quando tiver que ir, irei tal qual a Elsie
Começa por admitir que do primeiro ao último dia
Não é uma assim uma tão grande estadia
A vida é um cabaré, velho companheiro
É apenas um cabaré, velho companheiro
E eu amo um cabaré.
Fred Ebb and John Kander, autores americanos, ligados ao cinema, no musical Cabaret, 1965
Quinta-feira, 6 de Dezembro de 2007
"O segundo graveto necessário para atear a fogueira da felicidade
Serei feliz porque dou apreço ao que a vida me concedeu.
Quando me sento e penso na beleza da vida, acabo por perceber que estou encantado pelo que a vida me ofereceu. Embora não tenha obtido tudo quanto desejo, não sinto tristeza porque isso me faz gostar muito das muitas coisas que possuo. Se eu estivesse de perfeita saúde, será que conseguiria apreciar uma caminhada perigosa? Se fosse espantosamente belo, seria capaz de admirar alguém que me julgasse atraente? Se possuísse uma fortuna imensa, seria capaz de dar apreço a um presente oferecido por um amigo? Não, sei que seria impossível. Porque conheço e aceito esta verdade, consigo entender por que motivo não recebi tudo quanto desejo.
Darei apreço ao que a vida me concedeu.
Em vez de ficar obcecado com o que não tenho, hoje voltar-me-ei para a minha mente e tudo o que ela me proporciona. É o poder da minha mente que me distingue dos animais e de todos os outros seres do mundo. Com ela posso pensar na beleza e no amor. Posso pensar na paz e na realização pessoal. Que mais posso fazer com a minha mente? Tudo quanto quiser. Posso voar como a águia ou correr como o lobo. Nos meus sonhos, nunca tenho fome nem me sinto cansada. Não há fronteiras para o meu mundo nem limites para o que posso realizar. Como gosto deste aspecto da minha vida!
Darei apreço ao q a vida me concedeu.
Sei que está na minha natureza querer mais do que alguma vez conquistarei. Isso faz parte da minha alma e distancia-me das outras criaturas. Trata-se de uma forca que posso utilizar para melhorar a minha vida. Sei que nada há de mal com os meus desejos, os meus sonhos, as minhas ambições ou as minhas necessidades porque estes ateiam a fogueira que existe em mim. Contudo, bem lá no fundo, percebo que nenhuma das coisas que quero na vida me pode fazer feliz. Antes pelo contrário, para ser feliz, devo pensar nas coisas magníficas que possuo neste momento, no tempo presente. Tenho de pensar que a própria vida é tão incrivelmente especial que não devo desperdiçar um único minuto preocupada com os aspectos negativos. Tenho de saber que sou especial, que a vida é especial e que sou capaz de a gozar no momento presente. Devo aceitar que posso ser feliz mesmo que nenhum dos meus sonhos se torne realidade porque toda a felicidade pressupõe a admiração pela vida.
Darei apreço ao q a vida me concedeu.
Sei que a felicidade é, simultaneamente, o princípio e o fim da minha viagem na vida. Sei que tenho de ser feliz para que possa alcançar os meus objectivos, pois os pensamentos negativos inibir-me-iam muito antes de os atingir. No entanto, por que razão tenho metas que desejo alcançar? Para que possa ser feliz! A felicidade é uma viagem circular, uma viagem em que o meu fim é o meu começo. Mas o que é que isto quer dizer? Quer dizer que me posso sentir bem comigo mesmo, independentemente de atingir ou não as minhas metas. Quer dizer que não preciso de um motivo para ser feliz. Quer dizer que posso ser sempre feliz. Estes pensamentos simples são o suficiente para me fazerem dar apreço, agora, à minha vida.
Darei apreço ao que a vida me concedeu.
Possuo tantas coisas maravilhosas. O que é que possuo? Possuo a vida. Possuo uma grande capacidade de sonhar. Sou capaz de ter esperança. Sou capaz de sentir. Sou capaz de respirar. Sou capaz de cheirar. Sou capaz de ver. Sou capaz de andar. Sou capaz de falar. Sou capaz de ajudar. Sou capaz de ser feliz. Apenas eu sou capaz de fazer tudo isto voluntariamente. E se houver coisas que eu não consiga obter, isso não importa porque possuo o bem mais precioso de todos. Tenho-me a mim mesmo, e isso nunca ninguém me poderá tirar.
Darei apreço ao q a vida me concedeu.
Adaptar-me-ei à vida de acordo com as circunstâncias. A vida ofereceu-me tanto que não necessito de mais nada. Sei que posso ser feliz só por causa deste facto. Adaptar-me-ei de forma positiva às coisas más que me aconteceram e serei feliz por essa razão. Não esperarei que todos os meus objectivos ou sonhos se tornem realidade, mas serei feliz! Os outros podem ter mais coisas que eu, mas serei feliz! Os outros podem ser mais bonitos, mas serei feliz! E por que razão serei eu feliz? Porque conhece e admiro o que a vida me proporcionou. Sou feliz porque quero ser feliz. A vida recompensou-me com a capacidade de ser feliz e, para me respeitar a mim mesmo, serei feliz. Como um círculo. O fim e o início. A felicidade.
Obrigada, vida, por tudo quanto me concedeste."
Uma Viagem Espiritual de Billy Mills e Nicholas Sparks
Quarta-feira, 12 de Setembro de 2007
É uma escada em caracol
e que não tem corrimão.
Vai a caminho do Sol
mas nunca passa do chão.
Os degraus, quanto mais altos,
mais estragados estão.
Nem sustos nem sobressaltos
servem sequer de lição.
Quem tem medo não a sobe.
Quem tem sonhos também não.
Há quem chegue a deitar fora
o lastro do coração.
Sobe-se numa corrida.
Correm-se p'rigos em vão.
Adivinhaste: é a vida
a escada sem corrimão.
David Mourão-Ferreira, Antologia Poética [1948-1983], Publ. Dom Quixote
